5 erros que influenciadores digitais cometem (e como evitar)

Vive-se uma transformação significativa no mercado de trabalho. A influência digital desponta como uma área em ascensão, sendo cada vez mais reconhecida e desejada, especialmente pelos jovens. De acordo com uma pesquisa realizada pela startup INFLR em 2022, 75% dos jovens brasileiros têm o sonho de se tornar influenciadores digitais.

Esse fenômeno é impulsionado pelo crescimento do marketing digital, que frequentemente é vendido como uma promessa de enriquecimento rápido. A ideia de que basta criar um perfil e aguardar que milhões cheguem à sua conta é atraente, mas está longe da realidade, especialmente no Brasil, um país marcado por desigualdades sociais. Se fosse tão simples, muitas das dificuldades enfrentadas por milhões de brasileiros já teriam sido solucionadas pela popularização das redes sociais.

É comum encontrar "gurus" na internet promovendo a ideia de que você só não é rico porque não quer. Segundo eles, basta ter determinação para alcançar o sucesso. E, sim, a determinação é essencial, pois sem a criação consistente de conteúdos, não há visibilidade. Porém, há outros fatores em jogo, como a sorte de o algoritmo identificar a qualidade do seu conteúdo, distribuí-lo para o público certo e, claro, que esse público engaje com ele.

Por isso, antes de embarcar na criação de conteúdo e se tornar um influenciador digital, é fundamental planejar-se e considerar as implicações jurídicas dessa nova carreira.

Alguns dos ERROS que influenciadores iniciantes cometem:

Influencer digital

(1) Falta de formalização contratual

Essa orientação é direcionada especialmente aos micros influenciadores que gerenciam seus negócios de forma independente, sem representação de agência. Ao receber uma proposta de campanha de uma empresa, primeiramente verifique a credibilidade da empresa, realize uma pesquisa detalhada sobre ela, sua avaliação, histórico de parcerias e confiança no mercado.

Para uma maior segurança jurídica, exija um contrato por escrito, devidamente assinado, que estabeleça de forma especificada detalhes da campanha, sua duração, valores acordados, responsabilidades de ambas as partes, condições de pagamento.

Ainda, priorize receber o valor integral ou parcelas acordadas antes da execução completa do projeto. Esta abordagem protege seu trabalho e criatividade.

(2) Falta de transparência nas publicidades

O marketing atual incentiva a criação de conteúdos publicitários que pareçam naturais e autênticos. No entanto, é fundamental manter a transparência com seus seguidores.

Ao realizar campanhas publicitárias, siga as seguintes diretrizes: Utilize hashtags como #publi ou #publicidade, deixe explícito que se trata de uma campanha de marketing, não omita informações sobre a natureza comercial do conteúdo. Caso contrário, haverá implicações legais, como violação do Código de Defesa do Consumidor (CDC), infrações às normas do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), possíveis multas e processos judiciais.

Assim, não use a publicidade como suposta opinião pessoal, sem sinalizar de forma clara que se trata de propaganda. Isso configura publicidade enganosa. Sempre observe a ética e a honestidade em suas campanhas. Lembre-se de que você tem poder de influência e pode causar prejuízos financeiros e psicológicos aos seus seguidores, que tanto confiam em você.

(3) Uso indevido de obras protegidas por direitos autorais

O uso não autorizado de obras protegidas por direitos autorais é uma prática comum entre criadores de conteúdo que frequentemente utilizam músicas, imagens e vídeos de terceiros.

No entanto, o uso de obras protegidas por direitos autorais sem a devida permissão infringe a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998). Vale informar que a referida lei prevê algumas exceções, como o uso de pequenos trechos de obras, desde que sejam utilizados de forma justificável, para fins de crítica, comentário, ensino ou informação.

Além disso, o uso indevido de obras de terceiro pode resultar em sanções nas próprias plataformas, como a aplicação de strikes, desmonetização de conteúdos e até mesmo a exclusão da conta. Portanto, é essencial que os influenciadores obtenham as permissões necessárias ou utilizem apenas materiais livres de direitos autorais.

(4) Sorteios e promoções ilegais

No passado, o marketing digital investia fortemente em sorteios como uma estratégia para aumentar o número de seguidores e, consequentemente, atrair mais clientes para as empresas.

Contudo, essa prática tem mudado recentemente, pois pode resultar em sérias implicações legais. As redes sociais, cada vez mais rigorosas, buscam garantir a credibilidade de seus anunciantes e penalizam aqueles que realizam sorteios sem seguir as exigências legais, muitas vezes com o único objetivo de aumentar seguidores e obter lucro.

Para realizar sorteios de maneira legal, é necessário ser uma pessoa jurídica, obter autorização da autoridade competente por meio do Sistema de Controle de Promoção Comercial (SCPC) e pagar a taxa de fiscalização correspondente.

Portanto, não realize sorteios apenas para ganhar seguidores ou lucrar rapidamente. Essa estratégia pode resultar em consequências legais e financeiras graves.


(5) Não observar a proteção de dados e privacidade

Não colete dados de seguidores sem o consentimento explícito deles, pois isso viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essa violação é comum em sorteios e na oferta de materiais gratuitos, nos quais, para recebê-los, o seguidor é condicionado a fornecer suas informações pessoais. É fundamental deixar claro quais dados serão coletados e como serão utilizados, além de oferecer ao usuário a opção de recusar o fornecimento dessas informações.

Seguindo essas regras, sua carreira como influenciador digital será ética, legal e segura.
Lembre-se: sem o respeito e a confiança de sua audiência, o alcance de qualquer objetivo profissional se torna inviável. Priorize sempre a boa-fé e a transparência em suas relações. Essa regra vale para a vida. 


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